Cultura - PE


A Cultura em Pernambuco.

Uma Critica de Jefferson Linconn.

Jornalista, Escritor e Produtor Cultural.


Esta página destina-se a tratar da cultura Pernambucana, praticada pelos mais diversos representantes que se complementam, mas que na sua dinâmica de alterações e incorporações alcançam novas amplitudes.


PERNAMBUCO E A SUA DIZIBILIDADE NOS CENÁRIOS CULTURAL E TURÍSTICO BRASILEIRO.

Pernambuco, que é conhecido por sua rica e inventiva diversidade, com bastante frevo, maracatu, Mangue Beat e várias outras atrações, pode tornar-se, neste período que antecede o carnaval, o destino ideal para os turistas que deverão vir ao Nordeste, durante o primeiro trimestre de 2014. Diante da reconhecida hospitalidade do povo local, conta ponto também aos olhos de quem nos visita, desde a variedade de roteiros que podem ser planejados pelos visitantes, até a qualidade da programação oferecida pelas iniciativas públicas e privadas, que de forma perspicaz e com bastante profissionalismo, cada vez mais estão voltadas para a promoção dos setores turísticos e hoteleiros. Tais iniciativas, através da compreensão da importância do nosso rico acervo histórico e cultural e também na aposta na valorização de exibições e apresentações das nossas diversas manifestações populares, festas, produção intelectual, religiosidade, música, artes, gastronomia e rico patrimônio arquitetônico, sem dúvida, colocam nosso estado numa situação de destaque no cenário turístico e cultural brasileiro.

O Roteiro cultural composto quase sempre pela inclusão da visitação às nossas principais praias, localizadas nos litorais Norte e Sul do Estado, como Ponta de Pedras, Itamaracá, Porto de Galinhas e Tamandaré, entre outras, além de se preocupar em melhor mostrar as cidades de Recife e Olinda deve procurar também trazer à cena importantes municípios como Goiana, Garanhuns, Triunfo, Caruaru e tantos outros.

A arte da mesa Pernambucana, composta pela culinária surgida da mistura dos preparos de iguarias provenientes das culturas dos índios, negros e brancos, das praias do nosso litoral, da Casa Grande e da senzala, das cozinhas das igrejas, dos terreiros, é uma grande oportunidade de mostrar um pouco da rica gastronomia local para quem deseja vir brincar o carnaval por aqui.

Durante a sua estadia em Pernambuco, os turistas e visitantes devem encontrar também ambientes que lembram o locus e a culinária sertaneja ou que trazem desde o cardápio à equipe de atendimento e decoração, detalhes da cultura popular como quadros, peças em cerâmica e madeira e toalhas personalizadas feitas por artistas oriundos de todo o Estado. Por isso torna-se fundamental despertar a atenção dos empresários para que os mesmos aumentem o seu interesse em compreender como melhor caracterizar com os sabores e as cores pernambucanas seus hotéis, restaurantes, bares e pousadas, no sentido de que eles também procurem valorizar e sempre mostrar o uso da arte e do artesanato pernambucano em suas instalações. Neste aspecto, torna-se fundamental o apoio implementado pelo setor público ao fomento dos produtos culturais e no próprio incentivo aos nossos grandes artistas e artesãos, como forma de agregar valor às cadeias do turismo e da própria cultura.

Nas duas principais cidades pernambucanas, Recife e Olinda, além de belíssimas praias, os turistas têm a oportunidade de conhecer equipamentos culturais como o Centro do Artesanato de Pernambuco, a Sinagoga Kahal Zur Israel e o Museu recém-criado Cais do Sertão, em homenagem ao cantor e compositor Luiz Gonzaga, localizados no Recife Antigo; a Oficina Cerâmica Francisco Brennand; a Fundação Gilberto Freyre, além de outros importantes equipamentos culturais, como o Museu do Estado (MEPE), a Casa da Cultura e a Torre Malakoff, localizados no Recife e os Museus de Arte Contemporânea de Arte Sacra de Pernambuco, esses localizados em Olinda, entre vários outros.

O aumento do nível de melhoria no atendimento do Setor Hoteleiro em Pernambuco, principalmente na última década, que chega atingir também belas cidades como Garanhuns, Triunfo e Pesqueira, entre outras, sem dúvida, deve-se ao esforço de muitos empresários locais que promoveram o aprimoramento dos seus serviços, por meio de viagens técnicas para observação, ajustamento e implementação das práticas que proporcionaram ótimos resultados em destinos nacionais de referência. Também estamos constatando, neste momento no estado, um maior envolvimento do setor privado e de instituições e fundações públicas na adequação dos produtos ao turismo.

Destaca-se, por fim, o conjunto dos esforços que foram realizados pelas iniciativas de empresários para que se alcançasse um razoável nível de otimização e de excelência relacionado com a melhoria da qualidade dos referidos serviços, com vistas ao incremento de melhor atender àqueles que ou a trabalho, ou a lazer, buscam visitar e apreciar nossa geografia e a nossa riqueza cultural e artística. Pois a partir dessas práticas ocorreu, inclusive, um significativo aumento no número de oficinas e treinamentos voltados a quem lida diretamente com a recepção que deve ser dispensada durante todo o percurso da própria estadia desses turistas e visitantes nessas várias localidades, o que sempre ocasiona também a necessidade de tornar-se cada vez mais importante o vetor formado pelo binômio Educação versus Valorização da cultura.

Aliar a cultura e o turismo, portanto, implica em compreender e promover cada vez mais as boas condições de funcionamento e a diversidade de equipamentos turísticos, pautados pelo olhar da escolha de excelentes programações, atividades, serviços e produtos que embora voltado para os turistas, também dá a oportunidade de uma melhor qualidade de vida para nós mesmos os próprios pernambucanos, mais ainda se levarmos em conta aqueles conterrâneos também interessados em conhecer mais um pouco o que é dito aos quatro cantos e propagado no mundo inteiro: o valor e a riqueza da diversidade cultural, artística e arquitetônica que se encontram aqui, dentro do seu próprio Estado.

Publicada em 24-01-2014.

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TEATRO DO PARQUE: AGONIZA A ESPERA DE UMA “SOLUCIONÁTICA”.
(Foto: arquivo pessoal)

O abandono no qual se encontra o Teatro do Parque, localizado na Rua do Hospício, no centro do Recife, fechado desde 2010 para reforma, tem sido exposto na grande mídia e nas redes sociais e transformou-se em causa coletiva de apelo aos poderes públicos em favor de uma resposta cabível ao fato dele ser um dos principais equipamentos culturais do município.

A questão da gestão e conservação não apenas do Teatro do Parque, mas relativa ao conjunto desses imprescindíveis espaços culturais de natureza pública vem preocupando artistas, população, intelectuais e gestores.
A falta de tato e de compromisso supostamente atribuída a A ou B, como possível causa primeira desse verdadeiro abandono e esquecimento, precisa ter como principal foco, o muito além da argumentação da condição sobre se há ou não a falta de verbas para a reforma e a manutenção desses locais de forma compatível com as suas mais específicas atribuições.

Deve-se evidentemente muito do tamanho desse problema cada dia mais aviltante e intolerável à falta clara de ações, planejamentos, equipes, recursos e gestos políticos que observem a Arte e a Cultura com a perspicácia que lhe é inerente e que muitas vezes lhe é esquecida: através de uma consciência e de uma prática pública, onde a tremenda centralidade e importância desses fenômenos administrativos e culturais cotidianamente urgem por serem levadas em consideração de forma séria, competente e efetiva.

Cansada das promessas de cumprimento de uma solução definitiva para o problema da reabertura do Teatro do Parque, pela Secretaria de Cultura do Recife e pela sua Fundação de Cultura, para quando das comemorações pelo aniversário de 100 anos da fundação do belo e histórico Teatro do Parque, espera a população a definitiva superação dialética acerca dessa deixa de chove não molha discursivo e quase sempre pouco deliberativo.

Uma vez mais que se torna notório que é fundamental que o Teatro do Parque volte a funcionar perfeitamente no mais breve espaço de tempo possível. Devido tanto à sua importância, tanto quanto para mostrar que uma gestão no campo da cultura se faz verdadeiramente competente quando diz para o que veio, respondendo aos anseios culturais dos artistas, dos intelectuais e da própria sociedade, antecedendo e prevendo, sempre na medida do possível, o dilema calamitoso e constrangedor que obrigatoriamente advém quando da desastrosa ocorrência sobre esse tipo de situação.

Trágico se não fosse cômico, para não se perder o trocadilho infame por falarmos aqui de teatro, observem, durante o ano da copa do mundo e a chegada de gente ao estado que também procurará saber o que temos a oferecer além de praias, chopes e futebol, torçamos, então, para que ocorra no campo da cultura o que um dia disse o famigerado Dadá Maravilha: “Chega de problemática, nós queremos é a solucionática”.

Entendamos a beleza e a importância de todos os espetáculos, definitivamente. Atuemos na defesa de uma cidadania crítica, cobremos dos órgãos públicos e dos seus secretários e das suas equipes o dever, o trabalho e as ações que lhes competem, reivindiquemos-lhes, ou melhor: exijamos-lhes.

Publicada em 07-01-2014.

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